Gentileza X Trabalho

Gentileza é a prontidão para auxiliar ou mostrar consideração pelos outros; ação nobre, distinta ou amável. Ajudar, pensar nos outros. Segundo Rosana Braga, “trata-se de uma característica diretamente relacionada com caráter, valores e ética; sobretudo, tem a ver com o desejo de contribuir com um mundo mais humano e eficiente para todos. Ou seja, para se tornar uma pessoa mais gentil, é preciso que cada um reflita sobre o modo como tem se relacionado consigo mesmo, com as pessoas e com o mundo”.

Falando em Gentileza, lembra-se do profeta com nome homônimo que ganhou, primeiro nas ruas do Rio, depois em artigos, música da Marisa Monte, documentário, blog, ONG etc? Mesmo após sua morte, as mensagens de Gentileza ainda vivem. Personagem de pregações simples, mas grandiosas atitudes. Que tal qual Buda deixou uma vida estável para divulgar pela cidade sobre gentileza, educação, bondade.

Por que seu mantra “Gentileza gera gentileza” e sua vida causaram tamanha repercussão? Nesse mundo apressado em que vivemos, ainda mais nas grandes cidades, onde convivemos com a miséria, descaso e falta de educação com uma infeliz naturalidade, falar em gentileza é falar de algo extremamente necessário, algo que cura feridas, algo que transmuta, algo simples porém com um poder enorme de fazer a diferença.

Com relação ao mundo corporativo, onde conceitos como eficiência, eficácia, assertividade, liderança, resiliencia são palavras de ordem, gentileza é um conceito que deveria ser posto em prática, não só por gerar mais harmonia entre todos os “stakeholders”, mas gerar também vantagem competitiva.

Para ter excelência em áreas de atendimento ao cliente, o colaborador deve ser treinado para ser gentil. Muitas empresas fomentam em sua cultura organizacional a gentileza. Nos hotéis em que atuei os colaboradores se cumprimentam, abrem portas, dão passagem, sorriem, cuidam, agradecem, e não somente com os clientes, mas também entre outros colaboradores. É a gentileza gerando gentileza.

Isso acaba criando um ambiente de ajuda mútua, refletindo em um atendimento cordial, tolerante e com empatia. Claro que é algo que deve ser incentivado por todos da empresa, que começa de cima para baixa, desde o gerente geral até a camareira.

O que se nota é que nessas organizações as pessoas contratadas têm certa vocação para o servir, previamente identificado no processo de seleção. Gentileza é algo que possa ser incentivado, mas a semente para isso já existe dentro da pessoa, “nas crenças e nos valores”. (Rosana Braga).

Colaboradores que trabalham em um ambiente onde a gentileza é encorajada, resultam em motivação, satisfação e lealdade a empresa. Isso parece tão óbvio nos dias de hoje, onde assuntos como qualidade de vida e respeito a diversidade estão em voga, porém há muitas empresas que promovem a competição e certa hostilidade, a fim de produzir resultados. Os resultados até virão, porém associado a isso virão o desgaste dos funcionários, tanto da saúde física como mental.

Profeta Gentileza ganhou destaque em um momento onde nossa sociedade e também o mundo corporativo está ávido por uma visão mais humana e onde cada dia mais as empresas se dão conta do relacionamento interpessoal e do capital humano como ferramenta essencial para que as estratégias sejam bem vindas.









Bibliografia:

Braga, Rosana (2007) O poder da gentileza
http://www.rosanabraga.com.br/home.asp?acao=artigo&id_artigo=14

Jacinto, Vanessa e Sant’Anna, Marcelo (2008) Gentileza no mundo corporativo
http://www.cartaderh.com.br/website/text.asp?txtCode=17194&txtDate=20060602000000