domingo, 30 de setembro de 2007

Home-office, o ambiente de trabalho do futuro

Imagine você levantar as 08:00 da manhã, tomar café em sua própria casa e começar a trabalhar as 08:30 sem sair de casa na empresa ao qual você é um funcionário.

Esse é o “sonho de consumo” profissional de muitas pessoas no Brasil, não precisar enfrentar o transito insano das grandes cidades, os stresses da locomoção e ainda estar bem próximo a família além de ter mais tempo para si mesmo.

Tecnologicamente hoje é possível, você pode ter a sua banda larga em casa, conexão VOIP com a empresa além de uma web-cam para fazer vídeo conferencia.

Mas por que na prática isso não acontece?

Uma das explicações é que alguns dos cargos exigem um comparecimento pessoal do funcionário, o que é verdade, porém em muitos dos cargos técnicos como em fábricas de softwares onde são passados especificações totalmente detalhadas isso não se torna necessário como em pequenas manutenções em software onde o empregado já possui um bom conhecimento sobre as regras do negócio.

Lógico que existe muitas empresas com pensamento ortodoxo no Brasil, empresas que trabalham com novas tecnologias, mas com a tradicional cultura escravocrata.

Essa cultura escravocrata tradicional é aquela onde você tem que estar aos olhos do seu patrão para que ele “garanta” que você esteja fazendo as suas obrigações corretamente e o principal, ele tem que estar sempre acompanhando o que você está fazendo na empresa dele para evitar que você danifique ou roube algo além de manter a clássica pressão sobre você.

Até lembro de uma empresa onde trabalhei que quando o dono da saia para uma reunião ficava ligando de 10 em 10 minutos para saber se tudo estava bem na empresa, talvez pudesse cair um meteoro em cima, não sei ao certo qual era o seu temor.

O grande problema no Brasil é cultural e disciplinar, de um lado as empresas que mantém a sua cultura tradicional e do outro lado os funcionários indisciplinados que causam arrepios em qualquer gestor.

Controlar funcionários já é difícil em um ambiente tradicional, e ainda mais com estatísticas que nos igualam à Namíbia em termos de produtividade, imagina um profissional que está em casa próximo a geladeira, família e muitas distrações que não encontraria dentro da empresa.

Acho que para atingirmos esse nível a cooperação entre funcionários e empresa teria que aumentar muito, a empresa abrindo mão da cultura tradicional e confiando mais no profissional e esse se regrando de forma a se manter produtivo.

Essa seria a única forma de atingirmos a maturidade necessário, através da cooperação conjunta de ambos que sairiam ganhando, a empresa com economia de custos e o profissional com ganho de tempo e diminuição de stress.

domingo, 23 de setembro de 2007

Setor de informática no Brasil, um setor repleto de inovações?

Geralmente temos aquela visão de que o setor de informática é repleto de invenções e inovações que podem ajudam a mudar o mundo diariamente.

Existem inovações nesse setor sim, como vemos diariamente em sites de noticias, porém o lado ruim é que essas invenções estão bem longes da nossa realidade, salvo algumas poucas cabeças inovadoras que pensam diferente do pensamento padrão Brasileiro.

O nosso setor de informática como pregam algumas pessoas, é apenas consumidor de alta tecnologia, que recebe produtos pré-fabricados por fornecedores e os coloca para funcionar.

Os grandes fabricantes como Sun, Microsoft, Oracle entre outros, empacotam os seus produtos que possuem as tecnologias de base, como por exemplo o algoritmo de busca de um banco de dados e fornecem para a grande comunidade de empresas que por sua vez utilizam para desenvolver algum software ou serviço para dar o suporte ao seu negócio.

Consultorias e outras empresas do meio apenas se utilizam dessas ferramentas e às vezes de forma errada ou tímida, empresas como essas não se focalizam em tecnologia de ponta e sim na aplicação da tecnologia a alguma negócio.

Um problema que existe no Brasil também é a questão da acomodação dos profissionais da área, existe um grande medo quanto a empregar novas tecnologias, medo construído pela falta de coragem e de conhecimento técnico, e o principal, o medo de ter que aprender algo novo e perder a situação “sossegada” atual.

Existe até a famosa tese pregada por muitos de que se a tecnologia está funcionando já é o suficiente, talvez isso explique por que você fica em uma fila enorme de banco para alguém passar um boleto com data de pagamento atrasado em um leitor de código de barras e fazer um cálculo simples de porcentagem.

São poucas ou raras empresas no Brasil que tentam se focar na criação de tecnologias ou mesmo em um uso mais eficiênte do que já existe, talvez pelos empresários e profissionais brasileiro não enxergarem grandes negócios na inovação, o que o Google nos mostrou estar em moda.

Como diz o velho e não muito original ditado: “Quem não arrisca, não petisca”.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Sistema 100% seguro, aprova de hackers!

Nesse post vou quebrar um pouco o gelo e escrever sobre um assunto fora do tema deste blog, vou falar sobre segurança.

Hackers ou Piratas virtuais (apelido vulgarizado pela rede globo) são normalmente conhecidos como aqueles nerds que mandam e-mails com links “clique aqui”, que quando clicados instalam trojans que copiam todas as suas senhas do computador.

Mas esses artistas virtuais, “hackers” (se é que esse termo hoje tem algum significado além de ladrão virtual) de verdade não se preocupam em roubar a senha do seu cartão e acessar os dados de sua conta e sim em fazer novas facetas tecnologias, descobrir falhas sobre softwares, descobrir falhas em grandes sistemas e reportá-las ou consertá-las ao invés de roubar, o termo hacker antigamente se referia a alguém que conhecia muito algo.

Não existem grandes segredos para se tornar um hacker, bastar estudar o sistema alvo, entender da tecnologia envolvida, ter astúcia para enganá-lo além de consultar listas de discussões e etc.

O grande alarde que se faz hoje em dia é mais por conta da mídia do que pelos feitos realizados, geralmente são ladrões que usam o meio virtual para ganhar dinheiro ao invés de grandes construtores de código.

Por conta desse alarde existem empresas que ganham dinheiro contra atacando hackers. Quem nunca viu um daqueles selos: “site 100% seguro”, “aprova de hackers”, entre outros. Esses selos acabam surtindo grande efeito no público leigo que acha que aquele selo ira repelir os invasores.

Hackers existem em todos os lugares, podem ser um funcionário que da manutenção no próprio sistema aprova de hackers, pode ser um diretor da própria empresa atrás de ganhar dinheiro do seguro, um fornecedor de software, pode ser qualquer pessoa que conheça o sistema ou até a empresa.

Não existem sistemas 100% seguros por duas razões:

Primeira: foi um humano que construiu o software e todos humanos erram, então outro humano pode descobrir o erro.

Segundo: Quanto maior o software, maior é a tendência para erros, um ou mais humanos colocaram a mão no software.

Lógico que existem muitas medidas que tornam software menos passiveis de invasão, quanto mais manual o processo há menos possibilidade de invasão.

Sim, quanto menos software, menos linhas de código são produzidas e consequentemente o território é menor para o hacker desbravar.

Porém isso não livra o software de falhas de segurança e nem de funcionários mal intencionados que podem tanto trabalhar manualmente quanto operando um sistema.

Infelizmente o mundo virtual segue a mesma regra do mundo real onde o grande fator causador de quase todas as desgraças e maldades continua sendo o ser humano e não natureza, além, fantasmas e bugs.

sábado, 15 de setembro de 2007

O nível de empregos crescendo no Brasil graças ao setor de TI/Informática

Tempo bom era aquele em que podíamos trabalhar em uma consultoria, usar aquela nota fiscal de empresa enquadrada no simples, pagar apenas 4% do valor da nota fiscal e ainda descrever o serviço como digitação.

Os tempos mudaram e hoje em dia não é mais aceito esse tipo de “jogada”, somos obrigados a usar empresas LTDA e a pagar mais impostos e por último, temos uma novidade, a “empregabilidade” como CLT está aumentando e tornando-se obrigatória em nossa área.

Em mais uma de suas jogadas para aumentar a arrecadação federal, o governo começou a apertar o cinto das consultorias quanto à prestação de serviço e contratação de funcionários.

Coitadas das empresas de TI, diriam alguns, porém ao analisar a cadeia produtiva, chegamos à conclusão de que tudo não passou de mais um “jeitinho” dado pelas consultorias para sonegar impostos.

Explicando melhor, o esquema funciona da seguinte forma: a consultoria não contrata o profissional como CLT sonegando impostos, assim o consultor se torna um prestador de serviços sem obrigação e vinculo com a consultoria e por sua vez emite uma NF e não paga os impostos que incidiriam sobre o seu horelit.

Isso é interessante tanto para as consultorias quanto para o profissional, ambos ganham com a sonegação de impostos.

Não que seja ideal deixar 4 meses de salário todos os anos para o governo, mas o brasileiro sempre tentará dar um jeito da mesma forma que o governo, é uma disputa para ver quem passa a perna em quem.

Nos últimos anos as grandes consultorias acuadas pelo governo começaram a reverter todo o seu contingente de prestadores de serviço em funcionários, o governo por sua vez está assinalando esses profissionais como novos empregos gerados no mercado dando corda ao crescimento exorbitante de Lula.

A batalha Governo vs Empresas de TI não parou por ai, tentando evitar a queda brusca de salários dos profissionais clt e seus próprios lucros, as consultorias começaram a oferecer novas modalidades de contratação, a chamada CLT-FLEX, onde uma parte do salário é registrado e o resto é pago como um beneficio, ajuda de custo, um cartão de crédito para gastar e etc.

É difícil dizer quem tem razão nessa batalha, de qualquer forma nos cidadãos sempre sairemos perdendo.

No final das contas, talvez o nosso governo seja o culpado por onerar excessivamente nós cidadãos com impostos, porém será que essas empresas que sempre “dão um jeitinho” não arrumariam uma forma de pagar menos impostos ou não pagar se a situação fosse diferente?

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Eu fui queimado - Parte 2

Segundo uma pesquisa feita pela organização internacional do trabalho, entre 124 economias, o profissional brasileiro ocupa a 65 posição como nação mais produtiva sendo passado por países como Chile, Argentina, Bósnia e Iran e se igualando a Uganda.

Com dados desse calibre está mais do que comprovado o quanto o jeitinho brasileiro nos iguala a Uganda em termos de produtividade.

O padrão de comportamento europeu e norte americano se diferencia muito do nosso, cada pessoa se preocupa mais em dar o melhor de si do que ficar falando maus dos outros.

Uma colega passou uns tempos na Europa e achou o comportamento dos europeus estranho demais, eles chegavam cumprimentavam, sentavam em suas mesas começavam a trabalhar, paravam para almoçar voltavam, trabalhavam até o fim do dia e saiam exatamente no horário todos os dias para ir embora.

Isso era um comportamento estranho mesmo, sem conversa paralela, sem ninguém comentar da vida da pessoa ao lado, mesmo ela tentou fofocar com o colega do lado e não teve sucesso.

O comportamento do trabalhador europeu reflete o nível de produtividades de seu país, europeus e americanos são os países mais produtivos desta lista da OIT.

Será que falta mais algum argumento para descobrir por que você ou alguém foi queimado dentro do ambiente de trabalho?

Eu fui queimado - Parte 1

Quem já não ouviu essas palavras no ambiente de trabalho mesmo da própria boca?

O Brasil como todos nós sabemos é o país dos “Gersons”, onde sempre se da um jeitinho e onde sempre se passa a mão na cabeça de quem faz errado e finge que não vê, existe uma concepção particular do que nós achamos que é certo, mas que vai contra o que é moral.

Brasileiro por excelência é afetivo, gosta de comemorar, falar e bagunçar, somos conhecidos por isso mundo afora, porém existe o outro lado da moeda.

A afetividade nos leva a criar grupos de amigos fechados, nos leva a falar da vida alheia, fazer piadas de tudo, falar mal dos outros e concordar com algo desde que não nos afete.

Somos de certa forma coniventes e culpados com o que acontece na própria política que é o reflexo da atitude do povo.

Lógico que essa atitude não é muito diferente no ambiente de trabalho.

Acontecem os conchavos, existem os “dedos-duros” aos montes, grupos são formados e diariamente colocamos o nosso lado irracional em prática, o predador que nos faz matar ao invés de ser morto no ambiente corporativo.

É uma situação difícil de ser controlada pelos gestores de projeto, pois é difícil domar os interesses de mais de uma pessoa ao mesmo tempo e essas situações acabam fazendo grandes estragos na empresa que paga o salário do funcionário que deveria estar trabalhando ao invés de ficar ligando para o que o colega do lado está fazendo.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

A vida, o universo e tudo mais em uma consultoria

Trabalhar em consultoria não é fácil, fins de semana puxados, feriados e noites em branco em pró de algo que talvez você como consultor nunca veja funcionando ou o resultado.

As vezes temos aquele plano para emenda de feriado e no último minuto algum evento extraordinário faz com que essa viajem seja adiada.

A vida de consultor é bem puxada e pelas consultorias ganharem por hora os consultores tornam-se automaticamente “pré-dispostos” a trabalhar mesmo em horários excepcionais.

É difícil ouvirmos falar sobre projetos que estão adiantados ou que foram entregues antes do prazo em nossa área, brasileiro por excelência não é muito hábil em planejar vide o último grande projeto brasileiro, o pan-americano do Rio, onde foi pago quase 800% o valor do orçado inicialmente.

Lógico que muitos consultores e profissionais pagaram o pato por esses 800% trabalhando noite e dia sem dormir.

Em contra partida vemos o exemplo dos chineses, que acabaram as construções para as olimpíadas de Pequim quase 1 ano antes do previsto e tiveram que “atrasar” as obras intencionalmente para não deixa-las paradas.

Lembro até de uma situação onde um gerente de ti presenteou a equipe com canecas da empresa e canetas importadas comemorando a entrega de projeto com 1 mês de antecedência, como disse ele não época: ”Isso nunca aconteceu”.

Quem sabe algum dia a gente aprenda algo com os chineses, afinal de contas na área de ti no Brasil e que nem no futebol, quando o time ganha os méritos são do técnico, quando empata o time que não jogou bem e quando perde a culpa é toda do time.

domingo, 2 de setembro de 2007

Conselho de tecnologia


A área de tecnologia teve um boom nos anos 90 aqui no Brasil acompanhando o estouro da microinformática no mundo inteiro.

Por se tratar de uma área recente a informalidade e falta de regulamentação dos seus primórdios permaneceram tornando a área literalmente a casa da Maria Joana.

Vemos hoje em dia profissionais desqualificados(não no sentido formal da palavra, de não ter faculdade e sim que não tem conhecimento técnico sobre o que faz) trabalhando e causando grandes “estragos” para no final não se responsabilizar pelo resultado, afinal de contas consultor é que nem macaco, vive pulando de galho em galho apenas recolhendo o seu “soldo” pelas horas executadas.

Mas existem outros problemas que são agravados pela falta de regulamentação, imagina se tivéssemos regulamentação quanto ao valor hora e salários, o mercado se tornaria melhor para todos.

Um médico, por obrigação do Conselho de Medicina cobra um valor mínimo por consulta podendo ser multado caso não siga esse padrão.

A questão salarial seria importante para os profissionais iniciantes, pois existe muito profissional sendo explorado por consultorias inescrupulosas e ganhando muito pouco.

Mas por conta disso existiriam alguns vantagens e desvantagens.

Se associar ao conselho seria obrigatório, pagar um valor anual também, provas de conhecimento como da OAB (isso seria bem importante para nivelar o conhecimento mínimo) também seria interessante assim como poderiam ser criadas regras de conduta tanto para os profissionais quanto para as consultorias que fazem o que quiser.

Hoje em dia o consultor não tem para qual lado correr quando acontece algum problema, por usar o método de contratação de pessoa jurídica este fica a mercê do famoso contrato de fio de bigode, ou seja, contrato que não vale nada judicialmente, mas que todo mundo assina antes de começar a trabalhar.

Existem vantagens e desvantagens quanto à regulamentação, mas a lei da selva que prevalece hoje chega a níveis de total falta de profissionalismo, o que não é incomum no Brasil, porém poderia ser minimizado com algumas medidas de um órgão bem regido.